A tradição milenar de comer com pauzinhos começou na China, durante a Dinastia Chang. Os chineses que usavam garfo e faca para comer, adotaram os pauzinhos como talher, pois acreditavam que era falta de respeito fazer o convidado se submeter a qualquer tipo de esforço e que usar facas era grosseiro.
Os chineses não chamam os pauzinhos de hashi, mas sim de k’uai-tzu. Além do nome diferente, o formato não coincide: enquanto o hashi é quadrado e vai arredondando na ponta, o k’uai-tzo é todo quadrado.
Por volta do ano 1.600 a.C., começaram a surgir na China sinais de centralização política, apareceram as primeiras cidades fortificadas, rodeadas por muros, desenvolveu-se a metalurgia do bronze e criou-se o primeiro sistema de escrita chinês.
Essas mudanças aconteceram durante a Dinastia Chang, que teve início quando o rei Chengtang impôs seu domínio sobre a região central e leste do Vale do Rio Hoang-Ho, estabelecendo a capital do governo na cidade de Xibo. Depois disso, a cidade foi mudada várias vezes, até ser estabelecida na cidade de Yin.
Xibo era cercada de muros de terra batida. No interior desses muros, havia palácios também rodeados de muralhas, para protejer o centro decisório do governo. Achados arqueológicos indicam que a cidade era bastante desenvolvida e com um exelente sistema de defesa.
No século XII a.C., um povo vindo do oeste começou a abalar o poderio da Dinastia Chang. Os Chou tinham se tornado muito poderos, expandiam seus domínios a cada ano, tomando áreas do território Chang e distribuindo-as aos seus aliados.
A queda definitiva dos reis Chang ocorreu com a tomada da capital (Yin), onde se estabeleceu a nova Dinastia.
Mah jongg é um jogo de mesa baseado no raciocínio criado na China. Existe uma controvérsia quanto à sua origem: uns dizem que foi criado há 2.000 anos, enquanto outros dizem que foi no séc. XV. Outra hipótese é que surgiu durante a Dinastia Tang, com o objetivo de entreter os nobres e a casa imperial.
Acredita-se que era jogado com cartas antigas, evoluindo depois para as peças feitas de osso e bambu. É um jogo para quatro jogadores, embora possa ser jogado com duas ou três. O jogo consiste basicamente em 144 peças:
- 36 peças do naipe Círculo;
- 36 peças do naipe Bambu;
- 36 peças do naipe Caractere;
- 16 pedras de Vento (Norte, Sul, Leste e Oeste);
- 12 pedras dos Três Dragões (Centro Vermelho, Obter Fortuna e Pedra Branca;
- 4 pedras de Flores (Ameixa, Orquídea, Crisântemo e Bambo);
- 4 pedras de Estações (Primavera, Verão, Outono e Inverno);
Exceto as pedras de estações e flores, existem quatro cópias de cada pedra. As pedras dos naipes Círculo, Bambu e Caractere são numeradas de 1 a 9.
Pela facilidade de aprendê-lo e a sociabilização entre os jogadores, o Mah jongg atingiu o mundo todo, fazendo com que surgisse várias adaptações.
Você pode jogar Mah jongg clicando aqui.
As regras de etiqueta variam de cultura para cultura. Por exemplo:
- A etiqueta chinesa orienta que todos aqueles que estão à mesa sirvam uns aos outros;
- Todos devem comer sentados, seguindo a ordem: homens, mulheres, velhos e jovens;
- Copo vazio deve ser imediatamente enchido com bebida. O ato representa um sinal de respeito para eles. Os chineses, na verdade, não gostam muito de beber durante as refeições, preferem tomar sopa de soja. No máximo tomam um cházinho verde;
- Não se deve deixar comida no prato: isso representa uma grande indelicadeza com o anfitrião;
- Além do mais, deve-se tomar sopa fazendo barulho. Isso significa um elogio, quer dizer que a refeição está muito boa.
Por volta de 5.000 a.C., surgiu a civilização chinesa no Vale do Rio Hoang-Ho (Rio Amarelo), com agricultura e criação de gados bem desenvolvidas.
Nesse período, surgiram várias culturas, entre elas podemos citar a cultura Longsfan (significa ‘montanha do dragão’, cujos vestígios foram encontrados por arqueólogos na década de 1920.
Nas aldeias longshan praticava-se a agricultura, criavam-se porcos, bois, ovelhas e galinhas. Além disso, os chineses da região produziam artefatos de cobre fundido.
Achados arqueólogos comprovam que a origem da cerâmica surgiu nessas aldeias, eles produziam uma cerâmica notável, em geral polida e preta, mas algumas com desenhos.
Segundo a lenda, Buda convidou todos os Animais da Criação para a Festa de Ano-Novo, com a promessa de um presente. Somente doze animais compareceram e receberam uma tarefa de acordo com a ordem de chegada.
Ao término da tarefa, cada animal recebeu o domínio de um ano, no qual estaria dia e noite, pregando e convertendo, enquanto os outros praticavam o bem em silêncio. Sendo o animal ‘dono’ daquele ano, dava suas características para as pessoas que nasciam nesse período.
Ao término de doze anos, em que cada animal regia um ano, o ciclo recomeçava, garantindo o equilíbrio do Universo.
Os doze animais são:
- Rato: franqueza, necessidade de independência e curiosidade.
- Boi: auto-suficiente, detalhista e materialista.
- Tigre: agitado, odeia rotina e necessita de atenção.
- Coelho: tímido, intuitivo e flexível.
- Dragão: líder natural, pessoa forte e dominadora.
- Serpente: seguro, discreto e teimoso.
- Cavalo: inconstante, curioso e tem crises de insatisfação.
- Cabra: sensibilidade, resistência e capacidade de superar obstáculos.
- Macaco: generoso, brilhante e honroso.
- Galo: perfeccionista, tímido e cauteloso.
- Cão: criatividade, romântico e idealista.
- Porco: possessivo, orgulhoso e tem personalidade forte.
Cada signo é regido por um elemento oriental: Madeira, Água, Metal (Ouro), Fogo e Terra. Formando assim, um ciclo maior de 60 anos.
Se o primeiro ciclo (12 anos) é regido pela Madeira, as características do elemento complementam as do animal. Por exemplo Tigre de Madeira, Coelho de Madeira e assim sucessivamente até completar o primeiro ciclo. Quando isso acontece, passa para o próximo elemento até que cinco ciclos menores tenham completado a si mesmos e ao ciclo maior (60 anos).
Você pode descobrir seu signo chinês clicando aqui
A pintura chinesa remonta da época anterior à Dinastia Tang (618-960a.C) retratando pessoas concentradas em alguma atividade. Na primeira metade da Dinastia, retratar flores, animais e paisagens ficou mais freqüente.
Pintura de paisagens, montanhas, jardins e flores conseguem transportar a pessoa para um mundo calmo, loge dos problemas materiais. Por esse motivo, foram extremamente valorizadas pelos literários e burocratas chineses.
Entre a pintura e a caligrafia existe uma profunda relação, possuem um mesmo elemento em comum: a linha. Artistas chineses conseguiram converter linhas em uma arte altamente desenvolvida. As linhas servem não só como contorno, mas para expressar os sentimentos do artista.
A pintura não é enquadrada como no Ocidente, o tecido é colocado na extremidade de um cilindro, o que permite armazenar a obra com segurança, ou colocá-la na parede. Isso faz com que a pintura fique bem consevada, podendo durar até mil anos.
A China possui uma das mais exóticas e conhecidas culinárias de todo o mundo. Na maioria das grandes e médias cidades do planeta, é possível encontrarmos algum restaurante chinês, mesmo que seja um fast-food.
A principal característica da culinária chinesa é o controle das cores, aromas e sabores de cada prato, uma tradição baseada no yin e yang: os pólos contrários se complementam. É comum vermos a mistura de pratos doces e salgados, picantes e agridoces, quentes e frios, etc.
Para os chineses a cor, o aroma e o sabor dos alimentos possuem a mesma importância. Por isso são usados ingredientes específicos, como o alho-poró, o gengibre e a pimenta, que conferem um aroma bastante agradável aos pratos, que também são coloridos.
*O vídeo é uma reportagem da TV Brasil, falando sobre a diversidade da culinária chinesa
Mitos existem em todas as culturas e são uma expressão do inconsciente coletivo, eles ajudam a explicar o mundo e compõem a cultura de uma sociedade. Mitologia e Religião são coisas diferentes, mas, com o passar do tempo, ficaram interligadas.
Uma das características da cultura chinesa é a aparição tardia de mitos envolvendo a criação, os que existem , surgiram depois da fundação das religiões populares como o Confucionismo e o Taoísmo.
Os mitos de criação normalmente surgem no Caos, para os chineses não foi diferente: o Caos inicial era como um ovo que continha Pan Gu dentro de si. Depois de 18 mil anos acordou de seu sono divino e, sentindo-se sufocar, quebrou o ovo, formando o Yin (essência feminina) e o Yang (essência masculina).
Com as duas partes do ovo fez a terra e o céu, Pan Gu ficou no meio, tocando a terra com os pés e o céu com a cabeça, crescendo com eles, garantindo assim, que as duas partes do ovo jamais voltassem a se tocar.
Quando Pan Gu morreu (18 mil anos depois), os olhos tornaram-se o sol e a lua, sua respiração as nuvens e o vento, seu corpo deu lugar a cinco montanhas e seu sangue formou as águas que correm por elas.
Antes do séc.III a.C., a China era dividida em vários domínios. Para se proteger de invasões nômades, cada um cercou-se com uma muralha.
Qin Shi Huangdi, considerado o fundador da China unificada, ordenou que demolissem as divisões internas e aproveitou as partes externas para levantar uma barreira única contra os inimigos, principalmente os mongóis.
Foi recontruída nos séc. XV e XVI e concluída com 2.400 kilômetros de extensão, cortando o país de leste a oeste. O segmento mais estreito mede 40 centímetros de espessura e o mais largo 6 metros.
Além dos muros, a muralha compreende portas, torres e fortes de vigilância que, posicionados em lugares estratégicos, tornavam possível observar a aproximaçao e a movimentação do inimigo. No pavimento inferior existiam depósitos de armas e suprimentos, alojamentos para os soldados e estábulos.
Ao contrário do que muitos acreditam, a Grande Muralha não pode ser vista do espaço sem a ajuda de aparelhos.
Sumiê é uma técnica de pintura Chinesa que usa tinta monocromática. Criada na Dinastia Sung (960-1274), só foi assimilada pelos japoneses anos depois através de Monges Budistas.
Surgiu baseado na caligrafia chinesa (as pinceladas são as mesmas para ambos) e foi caracterizado pela rapidez com que é feito.
Começou retratando temas religiosos e da mitologia. Somente a partir do séc. XV que começou a retratar também pássaros, flores e paisagens.
O sumiê não é apenas uma forma de arte, mas sim uma filosofia. Enquanto a arte ocidental tenta reproduzir o mundo de forma realista, o sumiê retrata a percepção da essência do objeto.
Outra diferença é que nesse tipo de pintura não há preocupação com a linha do horizonte, a preocupação é apenas com o objeto que o pintor quer retratar.